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ESPECIAL LOJAS

03 abril, 2014

Tudo bem por aí?

Sempre gostei muito de observar espaços comerciais ( lojas, restaurantes, bares, baladas..)mesmo antes de me tornar arquiteta. Talvez porque esta tipologia de projeto permite uma linguagem mais lúdica se comparada com projetos residenciais e há uma maior possibilidade de exercer a criatividade e explorar novos conceitos. Para quem acompanha o blog, sabe que volta e meia gosto de fazer um especial. Ano passado participei do Conad ( Congresso voltado para Interiores) e uma mesa redonda sobre lojas aumentou ainda mais meu interesse em projetar espaços comerciais.

Pesquisando referências de projetos que admiro, descobri que lojas como Cantão, Shutz, Maria Filó, Farm e muitas outras são de autoria do escritório Be.bo. Tomei coragem, aproveitei que estava no Rio de Janeiro e consegui agendar um bate-papo bem legal com a dupla que comanda o escritório: Bob Neri e Bel Lobo. A Bel Lobo é bastante conhecida pois apresenta o programa Decora no canal Gnt.  Nada mais apropriado esta conversa, pois o escritório é referência no assunto. Espero que gostem!

NN- Como começou a procura do escritório para se tornar referência em projetos comerciais?

Bob. No início, a divulgação e a comunicação era menor se comparada com os dias atuais. Foi meio que acontecendo, de boca a boca. Começamos com o projeto da Richards, quando a Bel trabalhava como vendedora e já estudava arquitetura na época. Foi convidada para ser arquiteta da loja e a Richards, naquela época, não tinha essa mesma estrutura de hoje. Como projeto comercial todo mundo vê, diferente do cliente residencial, o dono da Maria Filó nos convidou para fazer o projeto, também o dono da Salinas…Foi meio assim, no boca a boca e no quem indica quem..Fizemos já mais de 70 lojas..Fica difícil até contar.

NN- Como é organizada a estrutura do escritório hoje para atender a demanda de projetos comerciais?

Bob. Hoje o escritório tem uma demanda de 40 profissionais arquitetos que são divididos em dois grupos: criativos e de repetição. A repetição é responsável pelos projetos que as unidades se repetem, como as franquias.

NN- Bob, no início do projeto até o desenvolvimento do anteprojeto, como é trabalhado o briefing (negócio) para entender a marca e a demanda da nova loja? Considerando que seja uma loja para uma marca nova e não uma franquia.

Bob. Normalmente é um trabalho em conjunto com o marketing da loja, visual merchandasing para entender bem o programa e poder trabalhar em cima do conceito. Entender também o tipo de loja que será criado: loja para qual nicho de mercado, o varejo…O programa normalmente é traçado e ditado por este cliente, que no caso de lojas é a marca.

NN. Qual a diferença entre um projeto comercial e residencial?

Bel. A loja permite uma criação mais lúdica, explorar mais os materiais e  expressar mais emoção. Essa emoção é que torna o projeto mais criativo e se diferencia um dos outros.

NN- Sei que o “x” da questão é sempre entender quem é o consumidor alvo. Como o escritório entende este cliente e pensa no conceito da loja?

Bob. Normalmente há um intenso estudo juntamente com o pessoal do marketing e visual merchandasing. Hoje as lojas já fazem um estudo bem detalhado antes e isto ajuda muito o projeto e o programa de necessidades para entender e acertar bem o conceito. É um trabalho demorado e sempre há muitas discussões e reuniões que podem durar meses até a adaptação do projeto real, no que chamamos de anteprojeto.

NN- Atualmente, o relacionamento da marca com a experiência que o consumidor possa ter dentro do projeto é o que muitas marcas vem buscando. O exclusivo, atendimento diferenciado. Como isto é trabalhado dentro do conceito do projeto.

Bob. Além do trabalho aprofundado do marketing da marca que entende quem é esse consumidor e o que ele realmente quer, a marca procura experiência e  interatividade com o consumidor. Atualmente se tem investido muito em Pop Up Store (loja temporária) e Flagship (lojas conceito). Tivemos a loja Shutz como flagship na Oscar Freire e na Madison Avenue.Nas grandes cidades as pop ups e flagships estão ficando cada vez mais procuradas.

 

 

NN- Áreas. A metragem está ficando cada vez mais cara nas grandes cidades. O metro quadrado é realmente valioso, e ter espaço para expor e também armazenar os produtos  é preciso ser considerado e pensado. Como o escritório costuma quantificar isto e inserir no projeto.

Sim, cada metragem vale muito. E, muitas vezes, não significa que o metro quadrado mais caro é o mais vendável. Se pegarmos a rua Oscar Freire como exemplo, temos os projetos mais criativos. Normalmente é a loja conceito da marca mas não é mais vendável que uma loja de marca em um shopping. Porém, para o marketing da loja é muito positivo e eleva muito o status.

NNPosicionar o estoque no projeto é sempre um problema pois é preciso pensar no fluxo dos vendedores mas também não pode ser uma área nobre do espaço. Shopping, por exemplo, é sempre uma dificuldade. Alguma dica para este item?

Bob. Normalmente, lojas de sapatos são bem complicadas para atender a demanda e muitas vezes a área do estoque não é suficiente.A loja de sapato feminina exige grande quantidade de muitos números..É complicado sim, e temos que pensar na circulação dos vendedores também. Fizemos a Shutz como exemplo e a Arezzo…

NN-Flexibilidade dentro da loja. Acho que este é o principal item que os lojistas procuram. Quando o escritório apresenta um projeto, há  mais de uma proposta a ser apresentada ao cliente?

Bob. A flexibilidade é, sim, uma necessidade das lojas, principalmente quando os produtos são modificados em cada coleção. E o cliente gosta de ver que a loja muda. Normalmente é legal fazer marcenarias que sejam modulares e de fácil encaixe.

 

NNParticularidades de loja feminina x  loja masculina. A quantidade de produtos da loja feminina muitas vezes é o dobro da loja masculina. Alguma dica para compartilhar sobre este assunto? Em um congresso ouvi uma vez: “Loja masculina- cartesiana; loja feminina- uma loucura. “

Bob. A loja feminina é sim muito mais cheia de produtos e talvez uma dica seria o posicionamento da vitrine. A mullher entra tanto na loja feminina como na loja masculina. No caso de uma loja mista (masculina + feminina), na vitrine devemos focar primeiramente no público masculino para convidá-lo a entrar e a parte feminina pode ficar mais para dentro da loja, pois a mulher circula dentro da loja sem problemas. Já o homem não…

Agradeço o Bob e a Bel pela entrevista e a toda equipe do escritório, em especial a Ana, que tornou este encontro possível. (Fotos: Divulgação escritório Be.Bo.)

E já que estamos falando de projetos de lojas, gostaria de compartilhar uma parceria que fiz com a loja Avanzzo, aqui de Brasília, o sorteio de um bônus de R$300,00 em compras nesta loja. O projeto arquitetônico e a linguagem desenvolvida pela arquiteta Karla Amaral na loja Avanzzo me despertou interresse.

 

Para concorrer a um bônus de R$ 300,00 em compras na loja Avanzzo (em Brasília) basta seguir os dois passos:

1- Curtir as páginas do Blog Natalia Noleto  e da Avanzzo.

2- Fazer um comentário nesta foto aqui marcando o nome de um(a) amigo(a).

 Pronto. O sorteio acontecerá no dia 23 de abril de 2014.

O sorteio será realizado através do Random Number Generator no dia 23 de abril de 2014.Ou seja, tem que comentar para participar. Serão considerados os comentários enviados entre os dias 03/04/14 a 22/04/2014. O ganhador(a) entrará em contato com a Avanzzo para receber o bônus de R$300,00 em compras, sendo retirado em uma loja Avanzzo em Brasília. Caso o ganhador(a) não se manifeste (através do email contato@natalianoleto.com.br) no prazo de uma semana, será realizado um novo sorteio.

Siga no instagram: @natalianoleto.com.br @avanzzobsb

Até o próximo post!!!